Jogo da Taça

É triste mas é verdade…
No outro dia ao chegar a casa deparei-me com um jornal em cima da mesa. Ao tomar um pouco mais de atenção, verifiquei que era do clube do qual o meu pai me tornou sócio desde muito novo, o Grupo Desportivo Fabril (antiga Quimigal). De forma meio desinteressada começo a ler a notícia da primeira página ocupada na sua plenitude pela “voz” do Presidente Faustino Mestre (o que desde logo é um facto muito estranho). Por não estar dentro da vida activa do clube, confesso que desconheço este senhor, no entanto, não posso deixar de demonstrar o meu desagrado pelo texto que referi anteriormente, o qual considero absolutamente ridículo.
Logo nas primeiras linhas, a frase “nunca me pronunciei sobre as arbitragens”, algo que me revolta e que me apetece sempre responder “então porque falas agora?”.
Ao continuar a leitura, pude constatar que o senhor Faustino Mestre teve a “ousadia” de usar da palavra através da instalação sonora do estádio para demonstrar o seu desagrado com o árbitro da partida e acrescentou ainda no texto “o que farei sempre em situações idênticas”. Não tendo estando no estádio (confesso que nunca assisti a nenhum jogo do clube), comecei a imaginar a situação e desde logo me lembrei do senhor Avelino Ferreira Torres, antigo Presidente do Futebol Clube do Marco e da Câmara de Marco de Canaveses, que ao discordar das decisões do árbitro da partida, abandonou o camarote VIP e se deslocou ao terreno de jogo para primeiramente insultar e posteriormente, proteger o árbitro de alguns adeptos mais furiosos (simplesmente sem comentários)
Pois bem, pelo que li, o presidente do GDF também se dirigiu no final da partida ao árbitro para lhe pedir justificações. Ficou ainda revoltado por não ter sido identificado pelo árbitro “como era sua função” porque, “tinha a consciência pesada”. E pergunto eu, como teria reagido o senhor Presidente no caso ter sido identificado? Talvez agora viesse protestar dizendo que apenas mencionou algumas palavras ao “senhor do apito” sem nunca o ofender. E será que o árbitro teria mesma a consciência pesada ou estaria a ignorar mais um dos muitos “papagaios” que andam no futebol? Não quero ofender ninguém com o nome termo “papagaios”, apenas o refiro porque há muita gente a falar no futebol (algo normal num desporto que move multidões) e, tal como estes simpáticos animais, acabam por se tornar chatos ao fim de algum tempo. Uso também este termo porque, como é do conhecimento geral, o papagaio é um animal que diz o que diz, apenas por repetição e não por ter inteligência suficiente para compreender aquilo que reproduz. É nesse contexto que integro ALGUNS dirigentes dos clubes de escalões inferiores que se querem comparar aos “grandes”, que aparecem todos os dias nos meios de comunicação social, falando de temas como as arbitragens, achando-se os “donos da verdade”.
Quero deixar bem claro que não assisti ao jogo e admito perfeitamente que o GDF tenha sido “roubado” mas, não acho que seja com atitudes destas que se resolva o problema e, muito menos partindo de alguém que se intitula de Presidente (titulo que certamente conquistou com todo o mérito até pela diferença que teve da lista oponente) de um clube com a historia do Fabril.
Mas o texto de que tenho falado ainda não estava terminado…
Terminados os insultos para com o juiz da partida, o senhor Faustino Mestre, “virou agulhas” para a comunicação social, em especial para o jornal “A Bola”.

“fonte A Bola

Fabril - Presidente 'explode' em campo

Em pleno jogo com o O. Moscavide, usou sistema sonoro do estádio para criticar árbitro...

Faustino Mestre, presidente do Fabril, insurgiu-se fortemente contra o árbitro José Godinho, da AF Évora, que dirigiu o jogo com o O. Moscavide, no último domingo, para a Taça de Portugal (0-1). O assunto poderia ser banal, não fosse dar-se o caso da dura contestação ao trabalho do árbitro ter acontecido em pleno jogo e... pelo sistema sonoro do estádio. A expulsão de um jogador do Fabril, na parte final, irritou Faustino Mestre, que, para espanto geral de quem estava no estádio, usou os altifalantes para se insurgir contra o árbitro. E até se identificou, pelo que José Godinho terá incluído tal facto, de todo inusitado, no seu relatório. Aguardam-se as consequências.”

Não consegui ter acesso à reportagem do site “A Bola” mas retirei esse texto de outro site. Considerando que esta notícia foi mesmo retirada do site deste jornal desportivo (tal como é indicado no inicio do texto), e apesar de não querer fazer de “advogado do diabo” porque reconheço o que certos jornalistas fazem para chamar a atenção do público, considero que houve apenas a descrição dos factos ocorridos, e admitidos pelo próprio Presidente do Clube no seu texto.
Esse mesmo texto que a mim me dá a transparecer mais de defesa pessoal do que propriamente dos interesses do clube. Este senhor aproveitou-se ainda do facto de se fazer de “coitadinho” perante o jornal “A Bola” ao dizer que só realçavam os factos negativos do clube, para indicar que já construiu “dois relvados, três sintéticos, quatro carrinhas e um autocarro”.
Na minha modesta opinião, a atitude activa de querer ajudar a desenvolver o clube deve ser realçada por quem está de fora e não por quem a teve. O gesto tem muito mais significado quando não precisa de ser difundido. E pergunto eu mais uma vez, criou tudo isso para o futebol, e que apoios têm o resto das modalidades do clube? Não é sinceramente uma pergunta maldosa no sentido de atacar, gostaria de saber sinceramente, que tipo de ajudas têm tido, por exemplo, modalidades como a ginástica ou o judo do Fabril?
Sou meio-suspeito para falar deste tema porque estou principalmente relacionado à ginástica e fui formado no seio deste clube. Contudo, só sou “meio” porque também joguei alguns anos (poucos) futebol nas camadas jovens da antiga “Quimigal” e sei as diferenças que existiam. Será que o futebol irá disponibilizar uma carrinha para os campeonatos que os miúdos das outras modalidades terão durante o ano ou, estes terão de andar a “suplicar” à Câmara do Barreiro para lhes disponibilizar algum transporte? Ou serão os “desgraçados” dos pais que terão de arcar com as despesas da gasolina para levarem os filhos nos seus próprios transportes?
Bem sei que, quem queira sequer sonhar em ser Presidente de um clube como o GDF, terá de ter como “cavalo de batalha” o Futebol, pois os “velhos do Fabril” (tal como os “velhos do Restelo”) não aceitam outra forma e é este o desporto que está no topo na hierarquia social desportiva portuguesa. Também eu sou um adepto ferveroso (não faccioso) de futebol, mas é triste, desfolhar o jornal do clube onde cresci e ver “futebol, futebol, futebol e mais futebol” do inicio ao fim. O site do clube faz uma pequena referência à campeã da Europa de Kickboxing (no escalão de juniores), na classe de Low Kick, Marisa Pires. Lá bem no fundo, em letras minúsculas, aparecem as modalidades “Não Futebol” e ao carregar em algumas, aparece-me a resposta “Não há nenhuma notícia”. Será que só são noticia quando ganham alguma coisa, para aí sim, enaltecer o “grande apoio” dado pelo clube? Que ganhou o Futebol Sénior nos últimos anos? Ah já sei, conquistaram o Campeonato Distrital. Curioso, agora me lembro que, a uns anos atrás, também conquistei o primeiro lugar a nível distrital da minha modalidade e não tenho, nem nunca tive tanto destaque como o futebol deste clube.
Acreditem ou não, não quero mal nenhum ao Fabril, bem pelo contrário, só quero que seja tratado com dignidade e igualdade (em todas as modalidades) por quem dirige os seus destinos.
Não me identifico simplesmente porque critiquei o facto de o Presidente se auto-enaltecer e, não seria coerente se me identificasse agora, depois de ter referido algo que conquistei. Assim, me designo apenas como sócio pagante do Fabril. E porque não sou político nem comentador desportivo, apenas um cidadão comum, considero que tenho direito à minha opinião por mais infundada que ela seja, aceitando as críticas (e não insultos porque também não insultei ninguém) ou comentários de todos aqueles que o queiram fazer!
Para terminar, quero apenas referir que reconheço a grande dificuldade de gerir um clube da dimensão do Grupo Desportivo Fabril e, tal como o eu, o Presidente do Clube tem defeitos e virtudes. Tenho no entanto a certeza que o seu intuito é sempre defender os interesses da instituição e, por isso, as minhas críticas não são não sentido de denegrir a sua imagem mas sim, críticas construtivas no sentido de ajudar a desenvolver este grande clube. “Porque o burro não é quem não aprende, mas quem não quer aprender”.

Pigeon escreveu: O site do clube faz uma pequena referência à campeã da Europa de Kickboxing (no escalão de juniores), na classe de Low Kick, Marisa Pires. Lá bem no fundo, em letras minúsculas, aparecem as modalidades “Não Futebol” e ao carregar em algumas, aparece-me a resposta “Não há nenhuma notícia”. Será que só são noticia quando ganham alguma coisa, para aí sim, enaltecer o “grande apoio” dado pelo clube? Que ganhou o Futebol Sénior nos últimos anos? Ah já sei, conquistaram o Campeonato Distrital. Curioso, agora me lembro que, a uns anos atrás, também conquistei o primeiro lugar a nível distrital da minha modalidade e não tenho, nem nunca tive tanto destaque como o futebol deste clube.

Li todo o seu texto e apesar de não concordar com algumas coisas eu respeito as suas ideias.
No caso de o Presidente Faustino Mestre ter feito o que fez no jogo da taça, não houve muita admiração mas sim apoio da parte dos presentes, foi um roubo autentico. Mas isso são outras aguas...

Acho que foi injusto nas suas palavras a respeito do site. Em primeiro lugar foi dado grande importância a vitória da Marisa o qual nos orgulhou a todos os fabrilistas. Acontece que o futebol é que move mais gente e logo por isso é sempre destacado. Se não existem mais noticias sobre ginastica e outras modalidades (falo como colaborador) é porque os seus intervenientes não as comunicam, porque o site tem sempre portas abertas para todos.
Se acha que não lhe foi dado mérito pelo que ganhou, tenho pena, mas mesmo sem saber o que foi digo-lhe que tenho orgulho no seu titulo, porque sou fabrilista.
O Fabril é de todos nós....